jueves, mayo 25, 2006

El sexo como hecho consumado ou provérbio ocidental

As palavras são uma forma de curar as feridas, dizem os psicólogos.
Mas sentimentos tão complexos como o amor e a raiva nunca conseguem ser totalmente expressos em palavras. Elas são inerentemente insatisfatórias.
Por isso há tantas canções que falam de amor.
O nirvana budista é o silêncio, a ausência de palavras. Os ocidentais, seres certamente menos espirituais, preferimos cicatrizar a carne com um gozo bem barulhento.
Dr. Casanova

lunes, mayo 22, 2006

El discreto encanto de la burguesía



















clasificado judicial

Estimada Usuaria de Supercable Telecomunicaciones,

Por medio de la presente nos es grato notificarle que el Das, sección de delitos informáticos, tiene su IP y demás datos personales (léase nombre, domicilio, teléfono domicilio y teléfono celular). También, a modo de coautor y cómplice tiene la información personal de los otros dos partícipes del sinietro.
Serán largos años de molestos requerimientos judiciales. Es hermoso pensar cómo se puede ser el moderno protagonista del proceso kafkiano. Socorro!.
Sinceramente tuya por siempre,
Srta. Obra de Dios.

domingo, mayo 21, 2006

Píldora No 2

La idea como hecho consumado
No llueve fuera sino dentro en la cabeza. Cae un líquido asqueroso, denso y frío que como una barra de hierro se arrastra por toda la nuca y corta limpiamente el sano juicio.

La noche acaba con todo. Entonces se abre otro lugar. Cae un telón invisible. Eco como música de fondo. No es sueño. Es una fiesta que irremediablemente terminará en un triste epílogo. Este oficio acá termina, así es todos los días.

Vicios alarmantes. Amantes poco excitantes. Sonrisas cíclicas, espejos replicantes. Sin dolor, o precisamente antes del dolor. Temblor constante. Al filo de la mente la idea solo puede ser hecho consumado.

sábado, mayo 20, 2006

píldora No 1


A curiosidade de olhar cada um dos livros deixados na mesa da biblioteca pelo usuário anterior. É como espiar pela janela para ver o interior de uma casa alheia. A disposição dos móveis, os quadros, as flores de plástico. Abri o livro de Benedetti em uma página qualquer: “la soledad comunicante”. Uma pesquisa feita pelo Libération a que os escritores deveriam responder à pergunta: “porque escreves”? Tal como um programa de auditório no horário da tarde. Oportunidade ímpar de saber a cor preferida de Beckett. Ou a primeira experiência sexual de Günter Grass. A vida privada dos intelectuais para intelectuais. Lawrence Durrell respondeu: escrevo para me vigiar... Eu, ao contrario, escrevo para que me vigiem. Um sinal anônimo de fumaça: SOS. Save Our Soul. Para que me dêem fluoxetina no café da manhã.
Miss Peaches

Aguarden ustedes la píldora del día siguiente
La Píldora. Publicación sustancial de cada día en Ediciones Clínicas.

parámetros de operación de su unidad de confort


El Señor e.c era un buen hombre de negocios que, tras la tentativa de homicidio perpetrada por su propio conyuge, y tras enviudar de una manera muy extraña dos años después del atentado, se erigió como lider político y se dio a conocer por su famosa teoría política quintacolumnista y bifrontal.

Dicha teoría afirmaba, en resumidas palabras, que en una sociedad los partidos políticos deberían constituirse desde un principio abiertamente como sociedades anónimas (distíngase anónimas de secretas).
Así, incógnitamente ese señor fundó su propio partido político: “avant s.a medios revolucionarios” que se dedicó a impulsar las masas críticas al tiempo que alquilaba medios loco-motores.
Avant s.a “medios revolucionarios”, un negocio de alquiler de vehículos “con o sin chofer” “pre y post pago”, con “derecho a no retorno” y “pérdidas totales”; avant, un partido político de vanguardia (liberal).

El señor e.c dedicó todos sus esfuerzos para que los medios de movimiento social y político “avant” construyeran un verdadero motor revolucionario. Así, creó la tecnología de interés social gadgets y handicaps como estructura de clases ajustada a la lenta realidad del pueblo. Se entendió finalmente que la injusticia social residía en el hecho de proclamar el derecho fundamental a la educación en un país mayomente analfabeta.

Entonces, en base al derecho a la igualdad y al libre desarrollo de la personalidad se procedió a la necesitada reforma constitucional. Buscando fines de igualdad, humanidad y reditualidad se eliminó el servicio de educación. Al suspenderse ésta los deberes civiles y los derechos políticos se hicieron cargosos para las masas críticas quienes rápidamente fueron conducidas por un camino descendente hasta perder su condición de ciudadanos. Finalmente el pueblo era un Estado de masa Crítico movido y transportado por el instinto gregario y la homogeneidad de la identidad. El partido político realmente había triunfado.

Avant, con su ideal de partido politico en la modernidad, acogió en base al principio de unidad e identidad su misma cuña comercial como himno del partido (todos los días a las 6 de la tarde )“Por eso vamos avant siempre adelante ni un paso atrás, con el valuarte como estandarte y por escudo la libertad siempre adelante ni un paso atrás”.
Actualmente se encuentran investigados por la posible violación derechos de autor sobre lo que parecería ser el himno de Santander, famoso departamento de la gente más adelantada y empujante de Colombia.

viernes, mayo 19, 2006

A falta da falta


A falta da falta não é o avesso do avesso. Não é um jogo de soma zero. É cavar mais fundo e chegar onde não tem mais nada. Onde nada faz sentido. Onde só há dor em estado puro. Que anestesia todo o resto. Qualquer pensamento, qualquer sentimento, qualquer migalha de vida que ainda tenha resistido. É como diabo verde descendo pelo ralo da pia e arrastando tudo. Não se pode confundir a falta com o nada. A falta é um espaço vazio dentro da gente, que logo se incorpora à nossa matéria. Sim, somos feitos também de buracos vazios. Seríamos insuportáveis sem eles. A completude idiota de um saco de sucrilhos tamanho família. A impossibilidade de Baudelaire. Eu gosto que sejamos assim. É como se fôssemos música, feitos de sons e silêncios. Não há melodia sem os silêncios. Posso tentar também outra metáfora para os mais prosaicos: é como linguagem básica de computação. Código binário: 1-0-1-0-1-1-0-0-0... Imaginar que todas as coisas que eu possa escrever no meu computador. As mais banais e grotescas; as mais sinceras e emocionadas, no final das contas, todas se resumem a uma seqüência de zeros e uns. E não existiriam sem os zeros. Não existiria comunicação no mundo de hoje se não fossem os zeros à esquerda. Tem muita beleza nesse espaço vazio. Violinos que choram. Contrabaixos que resmungam. A voz da cantora de samba que fala de tristeza e desesperança. Poesia. Prosa poética. Suicídios. E tem tanto o que fazer quando caímos nesses buracos. Como um quarto bagunçado que temos que arrumar no sábado de manhã. A gaveta de meias remexida. A roupa usada no canto. O resto do sanduíche. Os livros espalhados no chão. Colocar cada lembrança no seu lugar. Ficar aí até terminar todo o ritual: sentar no pé da cama, fumar um cigarro, chorar, lamber a lágrima salgada no canto da boca, assoar o nariz, sorrir com ternura com os olhos postos no infinito, deixar a última lágrima escorrer, limpá-la com a manga da camisa para não ter que ir pegar mais papel higiênico no banheiro. Sofrer mais um pouquinho, pensar numa canção, quem sabe compor uma, escrever um poema, rabiscar no bloco de papel ao lado do telefone. Emudecer numa melancolia boa. Sentimos a falta de várias maneiras. Às vezes ela cutuca o peito e dói. Às vezes só de birra ela entala no caminho do esôfago e impede até a saliva de passar. Alguém que passa na rua com o seu perfume. E me paralisa no meio da Avenida Diagonal. Nos fins de tarde de domingo, ela salta na minha frente e dança como um macaco gozador. Para depois se reconciliar, pedir desculpas e voltar de cabeça baixa. E eu sempre desculpo, porque é tão bom quando ela volta. Porque a pior coisa que pode acontecer é a impossibilidade da falta. Isso sim é perder o chão, as estribeiras. Perder completamente as referências. Não tem o menor sentido olhar essa cidade e passear por ela sem pensar na falta que você faz. No que você gostaria de ver nela. No que faríamos juntos. Onde eu te levaria. Te mostraria meu parque preferido. Uma loja onde vendem cartazes de cinema. Iríamos em um restaurante árabe. Tomaríamos um café em silencio, lendo o jornal que o cliente do lado deixou sobre a mesa. É como se a cidade não existisse sem a referência da sua falta. Eu olho para o que há ao meu redor e tudo morre no segundo seguinte. E é assim que tem que ser mesmo, porque eu não preciso mais lembrar de nada para te contar. Porque eu não vou dizer nada quando eu te encontrar. Porque talvez eu nunca mais te encontre. Porque eu não posso mais pensar nas fotos que você tiraria. Em qual banco do metrô sentaria. No que diria ao ver o palácio da música. O nada é não ter o direito nem sequer de sentir saudades. É a falta da sua falta, um buraco negro de dor e medo.
...
Miss Peaches

miércoles, mayo 17, 2006

La patología del gusto producida por el lenguaje común, o lo bello como dogma


Muchas veces termina uno por toparse con personajes de una estirpe tan pintoresca, y tan particular, que cometen la torpeza de abrogarse un conocimiento universal y absoluto acerca de lo que es el buen gusto. Aunque la mayoría de las veces uno no les ha preguntado nada ni les ha pedido explicación alguna, ellos mismos abren con presteza sus grandes fauces y además, para colmo de males, se explayan incansablemente -con muecas y manerismos que parecen robados de una novela de Wilde- acerca de lo que consideran que es el buen vestir, el buen comer, la buena conversación, el buen desenvolvimiento en sociedad. Fijan atentamente su mirada en la propia para forzar al inocente interlocutor a bajar la guardia y a observarles en conjunto, a condenarles en la absurda negación por el deseo de su histeria. Como un equipo estéreo de alta fidelidad, reproducen sin consideración ni piedad una inútil pretensión de anular en ellos mismos a los demás en su propia versión contrabandeada y pirateada de lo bueno y de lo estético.
Algunos, sin pereza de asumir una posición más perspicaz, se formulan ciertas preguntas, todas ellas relacionadas con la posibilidad de afirmar con certeza la existencia de lo bello "a priori". En algunos casos la pregunta descrita se relaciona con temas tales como el sectarismo o la provincialidad, que en este terreno constituyen el defecto capital a la hora de realizar cualquier juicio estético. Otra avenida de respuesta atribuye el problema, no sin cierta ligereza, a un narcisismo exacerbado y a un afán de protagonismo del que -como ya hemos visto- han hecho agosto los 'realities' y las revistas del corazón, mientras el espectador desprevenido reclama la preponderancia del efecto sobre el motivo, es decir, el placer/displacer producido por tal o cual objeto, sabor o comportamiento. Y bien, ¿a), b), c), o todas las anteriores?
Al parecer, la cuestión de fondo es si el gusto es o no refinable, o lo que es lo mismo: si existirían determinados parámetros de acuerdo con los cuales la consideración respecto de conceptos tales como "lo bello" o, incluso, "lo bueno", serían universalizables, a pesar de la sospecha de que no es más que un "valor" impuesto. De que siempre se exige más de lo que se puede dar, o mejor, de verse obligado a lidiar, con manifiesta mediocridad, con tendenciosas exigencias que detrás de un color o un ingrediente esconden el constreñimiento a un estilo de vida. ¿O acaso qué crees que estás comprando cuando entras a Cartier? ¿O qué piensas cuando les anuncias modestamente a tus cófrades que te vas a aventurar al exterior para 'lavar' tus estudios superiores de tercer mundo, para decantar tus malhabidas costumbres pueblerinas y para conocer gente que viva a la altura de tus nuevas expectativas?
Y sin más, no es posible dejar de encararse con lo inevitable. Abandonar el esbozo de personalidad y el tímido proyecto de autodeterminación, acabar de una vez por todas por someterse a aquello tan aparente, y así atribuirse vanidosamente el pretendido status de "civilizado", obligándose a sí mismo a creer que la imagen y el discurso son garantía. Digno de aplauso este gran salto, pero no por ello menos tonto: librarse de las supersticiones propias de los bárbaros para hacerse a otras más delicadas. ¡Qué magnífica forma de disimular la pobreza del espíritu! La connatural -e inconmesurable- capacidad de contaminación por la comparación simplemente debe reducirse a eso que te es más dable manejar, a eso que tú mismo terminas por engullirte, ansiosamente, como un borracho engulle un bocadillo, a una suposición que se estructura frágil en los límites de las caprichosas voluntades ajenas.
Hasta que un día se siente el hastío, y se es presa de una inabordable vacuidad. El exceso de ornamentos (figuras literarias, expresiones rebuscadas, etc.) resulta entonces un defecto de las obras, pues, primando las minucias sobre la totalidad, el espectador debe fijarse en tantos y pequeños elementos que pierde la visión unitaria de aquellas (¡También nuestros discursos fatigan por el exceso de adorno!). La adecuada proporción de la simplicidad y el refinamiento se hacen indispensables para que la mente se desplace con la fuerza suave de la imaginación. La afección tiene que ser placentera, y el llamado "buen estilo", oscilar entre la semejanza y la novedad. La belleza tiene que producir placer. ¿Por qué desligarla entonces del espectador? (v.gr. Piénsese en la 'pala' de Duchamp) ¿Por qué perder relación directa con el espectador y con el artista, limitando, como en el arte, la obra a conversar con todas las anteriores a ella (Que, por supuesto, ¡no pueden responder!), o lo que es peor, ¿qué es lo que significa la pérdida (actual) de los nombres de los cuadros? "El juicio final" vs. "Variación 14", por ejemplo; en el primer caso, la referencia me guía de cierto modo a lo que el artista quiere que yo vea, en el segundo, no existo. La decisión: ¿Arte autoreferencial o estética objetiva? Y la pregunta obligada: ¿Es la belleza una propiedad de los objetos?, o de otro modo, ¿está lo bello allá afuera?
Tuyos siempre,
(13+24) + (10+5)

as linhas. (di)versión en portugués

As linhas, (di)versão em português.
Perguntam-me sobre as linhas desta cidade. Sim, elas podem ser retas. Planejaram e construíram uma parte delas e o fizeram cartesianamente. Diagonais e grandes vias que vão de ponta a ponta. E ligam pequenos oásis de ruas tortas. Povoados que existiam antes, com ruas estreitas, irregulares, feitas de pedras pesadas, escuras e cheias de musgo. Exalam permanência. As linhas retas vieram depois. Elas não atraem turístas. Os engenheiros de transito sim sabem apreciá-las. Há carros e motocicletas que passam rápido por ali. São como uma foto que se tira de noite em que se vêm apenas linhas de luzes vermelhas e alaranjadas. Existências fugazes como luzes que se acendem e apagam. Faróis que acendem e apagam. Vermelho, verde. E amarelo piscante: amarelo-negro-amarelo-negro. Negro: há crise energética na Europa, diz a manchete no jornal. Em meu país, meninos comem luz, diz a canção.
Mas eu também gosto das linhas retas porque elas sabem dissimular. É preciso segui-las de perto para encontrá-las sinuosas, como o desenho que se esconde no muro. Leves, como as curvas da negra gorda que dança ao lado do banco no parque. Desafinadas, como o violão do garoto que toca na festa de jovens comunistas. Traiçoeiras, como o Avante que eles entoam. Seja como for, elas não dizem para onde devemos ir. Nem eles. E nem como devemos ir. De carro alugado, dizem eles. Mas antes de fazer revolução, eu ainda planejo comprar uma bicicleta de segunda mão no Gloriès. Dizem por aí que as ciclovias desta cidade acabam em lugar nenhum. Assim como tudo?
Toda a manhã eu olho o caminho do trem pela janela da biblioteca e penso que os meus caminhos pouco se parecem com ele. Eu sempre vou pelos caminhos sinuosos. Como uma imagem do que preferiria ser. Ou do que uma boa parte de mim é e gostaria de aparecer. Será que é isso que atrai os turistas no Born? Há ruas estreitas e sinuosas também no Raval. Mas há poucos turistas lá. Há paquistaneses nas esquinas, sempre em duplas, como nos jogos de fliperama. Dizem que há também bares. Disfarçados. Esfumaçados. Com portas estreitas e música no final. Poderia ir ao Raval na sexta à noite. Poderia. Quisera. Mas sempre exagero na curva e acabo em círculos. Como a pista de corrida. Três voltas, às vezes quatro. Três vezes, às vezes quatro: o mesmo homem sentado no banco, com o cachorro ao lado. O papel de sorvete do domingo. O cheiro ruim de coco de pato. Quantos Martins há neste parque? As estatísticas dizem que três dentre quatro pessoas que freqüentam o parque a essa hora estão a beira do abismo.

lunes, mayo 15, 2006

las rayas

Mi ciudad es una ciudad turística. Mi ciudad es una ciudad encerrada. Encerrada por el cielo de líneas que dejan los aviones cada segundo que pasan. Son nubes en cuadrícula sobre una superficie prolijamente celeste. También mi ciudad es infinita, con calles que se cruzan y se encuentran en cada esquina cortando filosamente el destino de todo aquel que va pasando. Los campos son colores disciplinadamente alineados, son sembrados para recibir el sol que cae como un eco estriado y silencia el polvo de los caminos. Luego los pájaros pasan volando en v.

Mis amigos también son lineales, pero de una manera compleja y traicionera. Totalizan imágenes de sí mismos, coleccionándose para sustituir sucesivamente cada término de la colección. Cada vez mis amigos sacan sus nuevas temporadas y cambian su modelo y su forma según las corrientes. Al final ya no conozco a nadie. Al final tampoco soy dueño de mis imágenes

Mis días también van en línea. Son un manual de instrucciones que se lleva a cabo según pasan las horas. Si viajo a ver a mis amigos tal vez mi cotidianeidad no sea más un manual de instrucciones sino un modelo para armar. Pero después de Cortazar ni la vida en manual ni vivir un modelo son buenas formas de pasar el tiempo.

Pero hay otras cosas que también son taxonómicas y lineales. Lo son el menú del día, la carta de relaciones sociales, o el listado de Especialidades Farmacéuticas. Vademécum-Vadetecum. Eres lo que comes. Si éste cliché fuera cierto, el vademécum personal nos llevaría a ser insoportablemente leves. En cambio somos insoportablemente diarios.

Así, todos los días llevo un traje de corte angular. Como en un plano cartesiano, dividimos las materias en Códigos, Capítulos, Títulos, Artículos y Numerales que aplicamos sistemáticamente hasta que se cierran las Cortes.

Pero yo quisiera usar una bata blanca. Casi como la sepsis de un hospital. Quiero llevar una bata blanca aséptica y escéptica propia del Servicio de Limpieza. Un servicio de limpieza que no se ensucia nunca. Sin embargo el juez entra con una toga negra mientras que la audiencia se sienta en fila y las partes ingresan en línea. Entonces quisiera caminar por las esquinas cortantes, por las calles cuadradas, pensar las nubes rectas, pisar el pasto en flecos, correr por los rayos del sol de la lluvia que baja a rayas. Línea a línea se leen los folios de la acusación. Línea a línea las barras separan las celdas y los reos. Mi ciudad es una ciudad turística y encerrada.

sinceramente,

dr.volta